Hoje quando atravessava o corredor para devolver o livro de ponto, assisti à maior gritaria e peixeirada que algum dia presenciei numa escola. Na sala, de porta fechada, a colega aos berros... segundos depois o miúdo a tentar responder-lhe. Na impossibilidade física de usar o mesmo tom, tentou explicar-se uns furos mais abaixo. Mal disse a primeira silaba, foi expulso da sala e... é ela quem bate com a porta.
Ouvi tudo isto ainda no corredor ao lado. Quando cheguei junto dele, encontrei-o sentado, encostado à parede, de olhar irado e em lágrimas, fixo na porta - que alguém, que além de ser professora deve ser educadora ou no mínimo adulta responsável, lhe fechou na cara.
É um miúdo conhecido na escola por ser muito complicado. Acumula retenções e problemas familiares. A mãe, acredita piamente que os problemas dele se devem a inteligência acima da média. Os professores e funcionários, ainda não perceberam se os problemas dele são só na escola - por preguiça e falta de capacidade - ou se vive algo grave em casa.
Eu que já lhe dou aulas desde o ano passado, tenho a certeza que 40% dos cabelos brancos que me têm nascido, se deve às as aulas da turma dele. Tendo em conta que estou em Doutoramento e que além da escola tenho vida, 40% é um numero assustador que explica bem o problema de lidar com ele.
Porque fui professora dele o ano passado, fiz um esforço matemático e pessoal, no final do 1º período, para lhe dar a positiva - que por critérios não merecia, que por principio próprio jamais pensei dar. Na primeira aula deste período provou-me que foi um erro. E ao fim de 10 minutos, arrependi-me.
Arrependi-me, mas guardei a lição para mim, ciente que a estratégia de estimulo positivo me tinha saído bem furada. Hoje, depois de assistir à berrante estratégia oposta... sentei-me com ele num banco, tentando perceber o que tinha originado toda aquela cena.
Não faço ideia como se ajuda este miúdo - ao que parece o psicólogo que o acompanha há dois anos também não. Mas mais preocupante que isso... é como se ajuda a professora que fala com os alunos para lá de berros. Que bate com a porta com toda a força que tem. E tenho medo de saber o que mais...
Ouvi tudo isto ainda no corredor ao lado. Quando cheguei junto dele, encontrei-o sentado, encostado à parede, de olhar irado e em lágrimas, fixo na porta - que alguém, que além de ser professora deve ser educadora ou no mínimo adulta responsável, lhe fechou na cara.
É um miúdo conhecido na escola por ser muito complicado. Acumula retenções e problemas familiares. A mãe, acredita piamente que os problemas dele se devem a inteligência acima da média. Os professores e funcionários, ainda não perceberam se os problemas dele são só na escola - por preguiça e falta de capacidade - ou se vive algo grave em casa.
Eu que já lhe dou aulas desde o ano passado, tenho a certeza que 40% dos cabelos brancos que me têm nascido, se deve às as aulas da turma dele. Tendo em conta que estou em Doutoramento e que além da escola tenho vida, 40% é um numero assustador que explica bem o problema de lidar com ele.
Porque fui professora dele o ano passado, fiz um esforço matemático e pessoal, no final do 1º período, para lhe dar a positiva - que por critérios não merecia, que por principio próprio jamais pensei dar. Na primeira aula deste período provou-me que foi um erro. E ao fim de 10 minutos, arrependi-me.
Arrependi-me, mas guardei a lição para mim, ciente que a estratégia de estimulo positivo me tinha saído bem furada. Hoje, depois de assistir à berrante estratégia oposta... sentei-me com ele num banco, tentando perceber o que tinha originado toda aquela cena.
Não faço ideia como se ajuda este miúdo - ao que parece o psicólogo que o acompanha há dois anos também não. Mas mais preocupante que isso... é como se ajuda a professora que fala com os alunos para lá de berros. Que bate com a porta com toda a força que tem. E tenho medo de saber o que mais...
1 comentário:
todo um novo ambiente - casa e escola - e acompanhamento fariam-lh todo o bem que precisa. mas ninguem tem direito a começar de novo do zero...
a professora.. experimenta filmar a atitude e dpois perguntar-lhe se é realmente isso que ela almeja.
o lado mau.. na vida, é quando nos cruzamos com situaçoes que sabemos erradas e sabermos que podem ser diferentes. e sabermos também que nao esta nas nossas maos corrigi-las.
e ficar a olhar impávido e sereno.. nao parece fazer sentido.
m*rdinha para quem inventou que nao devemos carregar os problemas do mundo.
Enviar um comentário