domingo, 30 de maio de 2010

Gota de àgua

- Não me compreendes nem nunca irás compreender. Estás a esquecer-te de duas coisas que são essenciais. A primeira que, só uma mulher é capaz de ler, saber, intuir e compreender uma mulher, e, nem sempre. A segunda que sou Sagitário, logo, rejo-me por uma coisa chamada “gota-de-àgua”. As primeiras 999 gotas são perdoáveis, desculpáveis, normais, frescas e fazem parte da vida. Mas a 999+1, a que faz transbordar o copo, é a ultima. Mesmo que seja a mais pequena, é sempre a última. Sem retorno, sem perdão, sem desculpa.
Arrumar as coisas de vez não fez de mim excessiva. Foram necessárias 999 antes. Quanto muito sou, serena. Não faz de mim desequilibrada, este é um princípio lógico, com princípio, meio e fim. Não faz de mim má, porque apenas tomo conta de mim, ou do que resta de mim e sem pisar ninguém. Nem faz de mim ressabiada, porque desde a gota final que para mim me é indiferente a qualidade e quantidade de ar que respiras ou se, deixaste de respirar.
Por tudo isso não te odeio. E talvez, talvez, ainda te ame. Mas com esta mesma sinceridade te digo, talvez hoje ainda te ame mas jamais com a força, com a vontade, com o sorriso que um dia o fiz.
Mas por favor, não retenhas daqui que te amo. Retém que seria necessária uma outra vida, uma vida nova, para considerar a hipótese de te voltar a dar a chave da minha vida.

- Também me ensinaste, um dia, que nunca devemos levar a sério um sagitário. Já te voltaste apaixonar? Depois de mim, digo.

- Já.

- E como correu?

- Da mesma forma de que contigo.

- Mágico?

- Mal.

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