segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Há pessoas que são lugares

Foi a olhar o mar, por baixo dos óculos novos da moschino e, ignorando toda a gente que estava na mesa da esplanada que suspirei um: Mudava para aqui. Era capaz de viver a minha vida toda, aqui! Todos riram.

É, por vários motivos um dos meus lugares favoritos no mundo. Há um cheiro, luz e cor… únicos. Não conheço pessoa nenhuma que tenha passado algumas horas junto às dunas da aguda e iodo da praia da granja que não se tenha apaixonado, para sempre. E o mar… o mar é desde sempre o sinónimo de estar em casa. Talvez, talvez este seja mesmo O LUGAR.

Todos riram. E todos riram pelo mesmo motivo. Não foi pela crise, pelos juros, pelo spread, ou por ser das zonas mais caras do país para ter uma casa. Todos riram por ser eu, sagitariana em todas as células, a dizer que ficaria para sempre num só sítio. Eu, que antes dos 30 e excluindo as duas dos meus pais, estou a dias de mudar para aquela que será a minha sétima casa diferente. Desde que saí de casa para a universidade, NUNCA morei mais de 1 ano na mesma casa e nunca mais do que 2 anos seguidos na mesma cidade. Desconfio até que se não fosse uma aplicação, o tripadvisor no meu facebook que vai fazendo o registo dos sítios por onde vou passando também em viagem, 11 países e 37 cidades, também teria soltado largas gargalhadas.

Todos se riram, e eu ri também. Sagitário que é sagitário, viaja de mochila às costas. Não precisa de nada mais que isso. Sai porta fora no dia que quer e na hora que entende. Para quem fica, sem ele, dá a ideia que levou consigo a parvoíce, a soberba e the need for attention. Mas fica também a falta de adrenalina, ideias quase sempre estratosféricas e de aquele tão próprio brilho e cor. Tenho para mim que, a vida depois de um sagitário é sair do barulho, possibilidades e luz de NY para a calma e tranquilidade familiar de um Alentejo.

Mas perder um amigo, perder um amigo é muito mais do que trocar NY pelo Alentejo. Tanto faz que tenha sido ontem, hoje, ou há vinte anos. Esta semana mudo de rua e apartamento e volto à terra que me faz perder amigos, que fica tão longe do mar.

4 comentários:

Gaja disse...

Só agora me apercebi. Voltastiiiiiii !!
Boa, boa.

Já podias era ter avisado. Tirei-te da lista (OMG isto soa tão mal) e agora vou ter de colocar de novo. Trungas!

Bêjus da Gaja

Shadow disse...

Eu sei, tiraste enquanto andavas ali em arrumações com a equipa do sapo. (com toda a lógica, que este tinha mais teias que o da teia diga-se).

A verdade é que, voltei porque tu tiraste, só mesmo para te dar trabalho de voltares a colocar muahahahha

Que sagitário que é sagitário é assim, mete-nojooooooo ;-)
bj

Missies Blue disse...

os amigos não se perdem, andam é talvez um pouco perdidos.. e tudo é uma questão de tempo. e sim a invariável questão do filho da mãe do tempo indefinido que é dono de si e da sua própria crise existencial.. mas a meu ver acho que há alturas da vida de uma pessoa em que qualquer que seja o seu signo passam um bocado por uma fase leonina.. digo eu. e isso são fases.. por isso "have a little patience"

Shadow disse...

Missies Blue, tinha centenas de argumentos para ti. E depois li o teu ultimo post... não preciso dizer nada, tu percebes!

Miauuuuuuuuuu ruunnffffff