Acabo de ver uma reportagem na RTP sobre um ex-amigo-colorido. Conheci-o por puro acaso no primeiro semestre do primeiro ano. Era mais velho e estudava uma das engenharias da universidade. Cruzamo-nos ao longo dos meus 5 anos de curso, algumas vezes, quase sempre na noite, e sempre por acaso. Sempre em alturas em que ele tinha acabado com a namorada e sempre em fases em que desejava eu nunca ter conhecido aquele que até hoje foi o meu grande amor.
Lembro-me dele muitas vezes, sempre com um sorriso, e em alguns momentos mais solitários, pergunto-me se teria sido diferente se não tivesse conhecido o outro primeiro.
Há uns anos cruzamo-nos pela ultima vez, eu já professora, cheia de aulas, turmas e com um convite para iniciar doutoramento e carreira universitária e ele já engenheiro e dono de terras. Trabalhávamos horas sem fim, para esquecer aqueles que nos tinham partido o coração. Para esquecer que tínhamos, coração. Com ele bebi, sempre, as melhores caipirinhas da minha vida.
Hoje, é empresário, de sucesso. Está um pouco mais gordo. Mais velho. Voltou às terras onde nasceu (a uns 60 km daqui). De resto continua igual... capaz de nos convencer a entrar com ele num carro sem rodas e de olhos vendados, ou pelo menos de nos deixar a duvida se, ao não entrarmos estamos a perder a oportunidade na nossa vida.
Tornou-se aquilo que sempre me disse que queria ser e fazer. Pareceu-me feliz. E eu, fico genuinamente feliz por isso.
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