sexta-feira, 29 de junho de 2012

Arrival of the Birds & Transformation

Recebi esta semana uma chamada do passado. Do lado de lá, a voz. A voz de quem senti tanta, tanta, tan-ta, falta durante, anos. “Tenho saudades”. Ouvi, a frio. “O que é feito de ti?”. “Morri." Fui tudo aquilo que quis dizer naquele instante. Talvez acrescentar que "morri porque tu, me matas-te. E agora que te esqueci, ligas-me. Só para brincar de Deus, me ergueres das cinzas. E me matares de novo". Foi tudo o que tive vontade de responder, mas não o que respondi. Um “também tive saudades minhas, e de mim. E... tenho andado ocupada, a ser feliz.”, foi o que ouviste, num tom de sinceridade que até a mim me pareceu atroz... E nesse segundo de silêncio que ficou, lembrei-me, de quem era, contigo, antes de me matares. Tu também te deves ter lembrado. Eu, entre risos, era, sempre fui isto: "Vou pegar num tijolo e escrever a palavra saudade. Depois vou atira-lo contra a tua cara. Só para veres o quanto a saudade doí! E não repetires de novo! (risos)".

É incrível como os outros sempre sabem o segundo em que os esquecemos. Em que deixamos de gostar. Mesmo a centenas de quilómetros, sabem. Mesmo no profundo silêncio, sabem. Como se ouvissem um “click. You have been deleted”. E correm, contra o tempo para evitar serem esquecidos, por aqueles de quem há muito não se lembram.Too late dear. Too late. Morri.



2 comentários:

K disse...

Bravo, Shadow!
Bravo!
Diria mais: BRAVO!

Missies Blue disse...

é assim que as fenixs fazem renascem das cinzas qual versao 2.0 melhorada de quem ja viveu e aprendeu a guardar apenas o que faz bem.. e felizmente às vezes dá-nos para isso..

proud&happy

kiss