Não é fácil. Nada, fácil. Mas estou (tentar) a agarrar a minha vida aqui com as duas mãos. São já quatro anos de doutoramento. Embora alguns contem, por interesse, apenas os últimos dois de exclusividade. São quatro anos desta vida, desgaste.... posição. Não é nada fácil mandar o que quer que seja quando somos o ultimo nível da cadeia alimentar. Isto em termos académicos, profissionais.
E por saber isso, não é isso que pretendo mudar. Já não é isso que pretendo mudar. O que estou a tentar mudar é como tudo isso entra na minha vida. Como se deixa tudo isso, não para fora da porta de casa mas, dentro das paredes do laboratório e gabinete.Para que nem no bar da universidade seja a minha posição, o meu titulo, a definir o que quer que seja...
Não é fácil mudar. Prova disso são 2 directas nos primeiros 5 dias de trabalho. Algo que jurei não voltar a fazer. Independentemente dos dealines, independentemente do fuso horário americano ou australiano, independentemente de ser eu a parte mais interessada.... prometi a mim, que este ano ia ter vida própria. Mesmo que isso não signifique mais que, poder ficar uma tarde por semana a ler, no sofá, com a manta e chá quente.
Nem sempre podemos evitar ser infelizes. Mas podemos fazer algumas das coisas que nos deixam em paz.
"Falamos muito em ser felizes. Mas nos referimos à felicidade como se ela fosse uma coisa definitiva, douradora. E ela não é. Esse é o grande engano. Felicidade é apenas um sentimento passageiro. E mais: além de passageiro, é profundamente dependente. Para a gente se sentir feliz, depende que alguma coisa aconteça. Você está feliz por quê? Porque ganha dinheiro, porque arranjou um emprego melhor, porque é amado por alguém, porque recuperou a saúde, porque fez alguém feliz, etc. A paz ao contrário, é profundamente independente. Para se sentir em paz, você não precisa de nada, nem de ninguém. É só você e sua paz. Você não fica em paz porque alguma coisa lhe aconteceu, você não fica em paz com alguém. Você fica em paz com você mesmo e com sua consciência. Paz é uma coisa que todo ser humano procura, mas a sua busca passa muitas vezes por caminhos estranhos, nada convencionais. E por sofrimento que exigem sobretudo coragem e perseverança. Nem sempre é fácil olha para trás, volto no tempo e enfrentar nossos medos infantis, tão longamente escolhidos. Dói muito, muito mesmo. Mas vale a pena. Hoje reconheço isso. Vale a pena sempre tentar..."
Casos & Coisas - Duda Mendonça
2 comentários:
o único problema da paz é que implica escolhas que às vezes podíamos preferir não tomar. mas é bem verdade. trata de a encontrar :)
Olha que acho eu é mais, escolhas que não fizemos e devias ter feito - a longo prazo. Mas escolhas, são isso mesmo, escolhas.
Enviar um comentário