São vários os motivos que me fazem gostar daquelas gentes. Mas... basta a forma de falar dos transmontanos (os a sério, que podem morar na cidade mas continuam com casa e coração na aldeia - não os da capital de distrito que têm a mania que são réis do norte) para ser o suficiente para me aquecer o coração.
Dizia há minutos uma senhora, com a devida pronuncia, em entrevista na tvi "estava com eles uma senhora jovem". Não era uma mulher. Não era uma gaja. Não era uma rapariga. Não era uma miúda. Era uma senhora, jovem... E de imediato, lembro-me das férias grandes, quando era criança (como diriam eles garota), em que sempre fui tratada por menina e por você. "Como vai a menina? E a senhora sua mãe? E o seu pai e o mano?" "Tenha um bom dia menina!". E sempre, sempre, sempre cumprimentada de mão esticada por todos os homens e mulheres da aldeia, que de imediato me identificavam como filha do meu pai.
Hoje que sou uma senhora jovem, não evito o sorriso rasgado, a lembrar que sempre que ali levei alguém os trataram como familia. Talvez por isso só tenha ali querido levar os especiais, e tenha levado tão poucos. É o melhor sitio do mundo. E o mais bonito também, se não o fosse apenas pelas paisagens, seria pelas pessoas - quanto mais viajo, mais certezas tenho.
1 comentário:
Identifico-me com cada palavra que escreveste. Receberam-me sempre tão bem, a mim e aos meus. Em Trás-os-Montes continuo a ser a menina: " a menina precisa de alguma coisa?"; "diga menina". Gosto tanto. E tenho tantas saudades :)
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